Meados de 2018, muito proximamente às eleições para presidente da república e Constantin Skalkótas, controverso intelectual brasileiro de origem grega, ressurge em pleno centro de São Paulo. Ressurge melancólico e mais sarcástico e armado do que nunca. Anônimo e em meio às divisões políticas contrastantes, ele lembra de seu mundo perdido, recorda-se das mazelas do país. Relata as revisitas aos locais turísticos e ao próprio centro, reexperimenta os cafés, as pizzas, as frutas e os camarões da cidade, re-sente a enormidade paulistana, de ruas e sentidos. Segue com o olhar o trânsito poeirento. Recorda-se de Adoniran, de Golias, de Paulo Francis, do “Caso Candeias”, da antiga tuberculose superada, dos “blinis nos jardins de Buckingham”, do pai Eleutherius lutando na guerra, na velha Atenas. Lembra do filho Otávio e da ex-esposa, agora “dondoca”. De entremeio, tece suas histórias mirabolantes.
E paralelamente aproveita a sua “oportunidade”: fazer algo de fato presente, marcante e portentoso (e irônico). Escolhe seus candidatos à presidência do seu jeito, à la Skalkótas.
