Filau, o cãozinho que é animal.
A vida e a filosofia segundo um vira-lata suicida.
Excerto: Os pneus passam, vêm e vão… muitos derrapam bem na minha frente, eu escapo por pouco… outros pneus snif furam… e quando volto a refletir, do outro lado da rua, quase sem fôlego… só me vem uma certeza, uma certeza animal, estou vivo… ainda! Um mero atravessar a rua é um milagre! No fim, para que viver, mas para que… ãããã… não é?
Nem de chapeuzinho vermelho
20 aninhos, drogada, prostituída, bolinada, abusada, bem remunerada, isso todo dia, mas ela é chique, e é o trabalho dela, e ela adora, e daí?
O inovador conto de fadas utilitário, que abre os horizontes para futuros delinquentes canalizarem totalmente seu instinto transgressivo em direção a eles mesmos. O efeito pretendido pelo autor é o de dar uma mãozinha às autoridades, por via de uma “imposição de autodesgaste primário”. O delinquente, pois é, ao ler o manual não quereria mais erguer a mão contra as pessoas, ela estaria sempre ocupada. Uma tese portnoy controversa e em todo caso muito discutida pelos pais das vítimas.
Sobre um roteiro feliz
Saiba como.
O acachapante triunfo do ideólogo e político Alfredo Bimbão, que abriu mão de impor a honestidade em seu meio ao perceber o quanto valia sem os adornos de seu discurso. “Me pagaram, realmente, pra eu desistir da minha retórica, ela afinal era só chata demais mesmo, pelo menos segundo todos os que não dormiram. Concluí então, a sociedade não está preparada pra mim e era melhor eu refletir sobre isso, pensar melhor no assunto. Só não sabia direito se em Roma, Veneza, New York, Búzios, Buenos Aires, Praga…
Bom, na verdade, penso assim: no fim, fiz o percurso a ser feito sem aquela ajuda de custo, que me pareceu nada mais do que honesta, digna, providencial. E depois de tantos lugares e tantas aventuras o merecimento me pareceu não apenas adequado, mas prorrogável por mais quatro anos de honestidade premiada. Sim, a honestidade, porque a honestidade venceu. Cá estou eu e eu reflito, enquanto observo as ruínas do Coliseu, mais uma vez.
Mas… ah, por terminarem estes quatro anos e minha viagem de autoconhecimento, penso muito no que fiz, no que não fiz e nos quases… Sim, decido, no próximo mandato estará na hora de ser honesto de novo, em favor da reflexão tomada como uma prioridade a qualquer custo (desde paguem a passagem).”
Uma viagem inesquecível. Um pequeno custo. Aproveitem.
Bebé Jacquis
O ladrão que aceitava cartão. E hoje os vende, de todos os tipos, formatos, ligue um dia antes, não precisa de RG, CPF, título ou mesmo foto, porque “aqui você é quem sabe quem é!” e “nem tempo nós temos a perder”. Uma história de superação, dedicação meticulosa, impressões surpreendentes, digitais, multicoloridas, perfeitas, parecem reais. Uma história de aproveitamento de oportunidades, cobranças à vista, personalidades múltiplas e toda a magia de não ter limites. Dê um crédito.
Formando um público
Conheça a história do curioso e inovador escritor que matava seus inimigos e compunha pomposos e inesquecíveis necrológios logo em seguida.